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domingo, 29 de novembro de 2009

aprender a governar as emoções e melhorar as relações intra e interpessoais,

Dr.  Jorge Boucinhas - Médico e professor da UFRN

Terminou-se o Artigo anterior afirmando que nunca é tarde para aprender a governar as emoções e melhorar as relações intra e interpessoais, tendo sido citadas técnicas-chave ultimamente divulgadas por cientistas, quais EMDR (Dessensibilização e Reprocessamento pelo Movimento Ocular), EFT (Técnica de Liberação de Energia), HC (Coerência Cardíaca), como capazes de alcançar tal objetivo. Acrescente-se agora ter sido dito que, após milhões de anos de evolução, o equilíbrio entre os dois cérebros, no ser humano moderno, parece depender essencialmente de quatro elementos: um senso de conexão com o próprio corpo, com percepção dos estados emocionais íntimos; de se exercer um papel de valor na comunidade em que se está inserido; da intimidade maior com um grupo seleto e escolhido de outros seres humanos; de um sentido de conexão com algo mais transcendental, além da própria vida pessoal. Curioso é que estes quatro elementos, que mais parecem egressos de um sermão religioso ou de um livro de orientação psicológica, são fruto da mais atual pesquisa nos campos da Psicologia, da Biologia e de moderníssimos aportes da Neurociência. Há que o ser humano “funcione” nas distintas dimensões do auto-conhecimento corporal, da atuação social, da intimidade amorosa (em sentido amplo) e da ligação com “algo mais” para que sinta-se realmente integrado, em estado de bem-estar (que alguns diriam ser o estado de “felicidade”).

Das técnicas citadas, a EMDR e a EFT, embora possam posteriormente ser usadas pelo próprio interessado, exigem, inicialmente, ou o auxílio de um colaborador/facilitador ou uma aprendizagem bem orientada, pelo que apenas se as cita. Já a HC é um instrumento poderoso de auto-ajuda (sem o sentido pejorativo que, por vezes, alguns dão à expressão) e pode ser posta em prática após dela se ter conhecimento, pelo que se a explica aqui.

Poder-se-ia dizer que se trata de procedimento de indução de harmonização pessoal sem recorrer às técnicas clássicas de relaxamento, quiçá sendo um verdadeira “meditação do corpo”, muito eficaz. Trata-se, então, do que?

Suas bases derivaram das descobertas sobre a relação estreita entre estresse e risco cardiovascular. Sabe-se bem, hoje, que o stress é fator de risco de infarto do miocárdio quiçá maior que o próprio e famigerado tabagismo. Ademais, verificou-se que, em casos de enfermidades crônicas letais, a presença de depressão reativa, por insatisfação pessoal, pode ser um indicador mais acurado de risco de morte que a maioria dos exames clínicos. Há, assim, uma já bem conhecida relação entre desgaste emocional e doença cardíaca, portanto entre Cérebro Emocional e coração. O que é menos conhecido é a relação entre coração e sistema nervoso, no sentido que o correto funcionamento do primeiro acaba por influenciar positivamente o segundo. Só recentemente descobriu-se que coração e sistema digestivo têm sua própria rede neuronal, funcionando, se der para se dizer assim, como “mini-cérebros” relativamente autônomos. Afora isto o coração é, também, um discreto liberador hormonal, tendo seu pequeno estoque de adrenalina, que libera ao precisar funcionar “a todo vapor”. Também produz e libera um outro fator hormonal, dito FNA (Fator Natriurético Atrial), que ajuda no controle da pressão sanguínea, afora conservar um estoque de ocitocina (por alguns dita “Peptídio do Amor”). É de lembrar que todos eles têm ação sobre o cérebro e influenciam a fisiologia de todo o corpo.

A relação entre Cérebro Emocional e “Pequeno Cérebro Cardíaco” pode tornar-se numa das chaves para o indivíduo alcançar seu auto-domínio emocional. Se, antes, pensava-se tal ser possível apenas através do controle da respiração (e os Yogues usaram e abusaram desta já bem conhecida interação, controlando o ritmo respiratório para buscar o relaxamento) hoje já se o pode fazer através do órgão chave do Sistema Circulatório. Descobriu-se que ele faz mais que apenas responder à influência do Sistema Nervoso Central: através das fibras que dele vão de volta à base do crânio podem seguir impulsos que modulam a atividade cerebral.   Assim, afora liberar hormônios reguladores da pressão sanguínea e uma recém-descoberta atividade magnética (sobre a qual ainda se pouco pode falar, de vez que pouco estudada, mas que parece influenciar todo o corpo), o coração tem conexão direta com as bases cerebrais. Pode-se testemunhar a ação recíproca entre Cérebro Emocional e coração através da constante variação do ritmo de batimentos cardíacos, que oscila segundo o humor do indivíduo. A variabilidade é perfeitamente saudável, já os excessos (taquicardias) e um funcionamento excessivamente estável, tal qual uma batida de metrônomo, não o são.


http://tribunadonorte.com.br/noticia/inteligencia-razao-e-emocao-4/133156

sábado, 14 de novembro de 2009

domingo, 8 de novembro de 2009

ERIC KANDEL

sábado, 7 de novembro de 2009

ERIC KANDEL - É UM GENICO DA NEUROCIENCIA

Eric Kandel

O Nobel de Medicina fala sobre remédios milagrosos para a memória e explica como a neurociência vai mudar a educação
por Denis Russo Burgierman - SUPERINTERESSANTE

sábado, 7 de novembro de 2009

O inconsciente

SIGMUND FREUD (1856-1939)

O inconsciente ainda existe?

Psicanalistas perderam espaço para praticantes de outras terapias e Freud é alvo de críticos que consideram suas teorias ultrapassadas. Nos 70 anos de sua morte, o G Ideias debate a atualidade do fundador da psicanálise
Publicado em 07/11/2009 | Luciana Romagnolli e Pollianna Milan
Há 70 anos, em 23 de setembro de 1939, morria Sigmund Freud. O fundador da psicanálise não testemunhou a Segunda Guerra Mun­­dial e suas mortes em larga escala, não viu a emergência da cultura jovem, da revolução sexual, do consumismo, da globalização, nem os avanços científicos que culminaram nos antidepressivos. “O mundo mudou. O homem mu­­dou. A psicanálise teria que mudar para explicar o homem contemporâneo”, provoca o psicanalista Antonio Godino Cabas, citando o argumento que sustenta uma variedade de críticas recebidas por Freud hoje, com as quais não concorda.
Vivo, o gênio austríaco sofreu re­sistências para conseguir que suas ideias fossem aceitas. Teve uma vida marcada por lutas árduas contra diversas barreiras psicológicas e chegou a comentar em sua autobiografia de 1924 que, “durante mais de dez anos, não conseguiu ter adeptos”, lembra o psicólogo Sergio Sklar, professor da Universidade Estácio de Sá (RJ). Freud registrou ainda que, entre 1886 e 1891, abandonou quase por completo a investigação científica. No fim, resistiu a seus detratores.
“Remédios não substituem psicanálise”
“As ondas o abalam mas não o afundam.” A frase estampada no brasão da cidade de Paris serviu, já em 1914, de epígrafe ao ensaio “A História do Movimento Psi­­ca­­nalítico”, escrito por Sigmund Freud.


Uma obra para nosso tempo
Semana passada, me propuseram escrever sobre a im­­portância do legado freudia­no para nossos dias. Con­fes­­so que fiquei surpresa com o interesse da jornalista uma vez que tenho percebido, recorrentemente, uma certa descrença sobre a atualidade da psicanálise.


Nem Freud, nem Lacan: “o cara” é o Winnicott
A busca de uma psicanálise humanizada e descomplicada faz crescer, no momento, os grupos de estudos e a clínica prática em torno do pediatra e psicanalista britânico Donald Woods Winnicott (1896-1971).


Uma nova visão do homem
No Brasil, a psicanálise começou a ser estudada e trabalhada por volta dos anos 40 em São Paulo e, nos anos 50, no Rio de Janeiro.


Calado há sete décadas, é natural que o volume das críticas contra sua teoria só tenha aumentado, não apenas na medicina e na psicologia, mas em outras áreas que o seu pensamento alcançou, como a filosofia.
O médico austríaco que revolucionou o conhecimento do homem sobre si mesmo no início do século passado, descobrindo o inconsciente, teria então se tornado ultrapas­sado? Godino Cabas responde que não. Segundo ele, apenas as “re­­presentações sociais” do ho­­mem, ou o seu ideal sobre si mesmo, se alterou. Mas na sua “estrutura”, ou seja, em seu inconsciente, que é o que o determina como sujeito, o homem não mudou – defende o autor de O Sujeito na Psicanálise de Freud a Lacan.
Impopular
A psicanálise, por consequência, permanece atual. O que não desmente que os divãs perderam popularidade. “(Em 1900), Freud teve o privilégio de ser exclusivo em relação a esse modo muito singular de pensar o sujeito. Hoje, em termos de clínica, divide espaço com outras metodologias”, ressalta Rosa Ma­­riotto, psicanalista e professora da PUCPR.
Uma vertente que conquistou muito espaço nos consultórios foi a terapia cognitivo-comportamental. “Na minha condição de professora universitária, isso fica muito claro. Se, anos atrás, a psicanálise ocupava grande destaque no conteúdo programático de um curso de psicologia, hoje concorre com outras teorias”, diz Rosa.
Também na mídia, a visibilidade do pensamento psicanalítico diminuiu em comparação com as décadas de 70 e 80, por mais que chavões como “Freud explica” continuem no vocabulário popular. “O freudismo e a psicanálise deixaram de ser saberes midiáticos, aqueles que tomam a dianteira e são consultados a propósito de crises para explicar uma realidade que foge à compreensão cotidiana”, afirma Godino Cabas.
O afastamento do foco das atenções, contudo, é visto pelo psicanalista como algo positivo. “Todo o trabalho midiático do Eduardo Mascarenhas (que participava de programas televisivos como o TV Mulher, nos anos 80) e dos analistas que periodicamente apareciam na mídia é uma caricatura da psicanálise”, critica Cabas. A psicanálise não é, afinal, uma teoria que ambicione explicar condutas. Seu objetivo é levar o sujeito a reconhecer suas condutas e acolhê-las como “uma expressão de uma verdade interna desconhecida.”
Esse autoconhecimento exige tempo, enquanto a palavra de ordem contemporânea é a pressa. A busca pela satisfação imediata, que caracteriza o milênio, faz com que as pessoas deixem de refletir sobre si mesmas, e a falta de tempo para entender o “eu interior” diminui o interesse pela teoria freudiana.
“Nos Estados Unidos, Freud não tem tanta credibilidade por causa do modo de vida dos americanos, que precisam de soluções rápidas para as coisas. A teoria é esquecida facilmente nestes locais”, explica a psicanalista Sissi Vigil Castiel, diretora de ensino da Sigmund Freud Associação Psicanalítica, de Porto Alegre.
Ponto de partida
No Brasil e nos países latinos, como a França, Freud ainda é considerado pertinente. “Freud é central na minha prática”, afirma Cabas. “É um autor que conseguiu ver as doenças nervosas como poucos médicos as investigaram. Levou a paixão de investigador do laboratório científico para o consultório”, completa.
A atualidade da teoria freudiana não significa, contudo, que ela ainda seja seguida como no original. “Freud ainda é muito respeitado, mas ele tem que ser estudado como ponto de partida, como um pensador da sua época”, observa a psicanalista Edna Maria Romano Wallbach, presidente do Núcleo Psicanalítico de Curitiba.
Melanie Klein, Jacques Lacan, D.W. Winnicott e os demais seguidores dele não negaram seu pensamento, mas revisaram conceitos – uma prática que o próprio Freud mantinha enquanto vivo, à medida que fazia novas descobertas. “Freud foi um grande revisor de si mesmo. Essa constante transformação é fiel ao pensamento freudiano”, comenta Rosa.
Se a doutrina freudiana não dá conta sozinha de abarcar todas as variáveis da conduta humana, certamente foi a responsável por abrir caminho para a neurociência e outras descobertas futuras. “É claro que Freud não precisou pensar em questões que acontecem na sociedade de hoje, afinal, as famílias estão mudadas. Ele não tratava de psicóticos nem de crianças, por exemplo. Cuidava de histéricas”, observa Sissi.
Coube então a seus discípulos aprofundar os assuntos nos quais o psicanalista não se demorou mais.

domingo, 1 de novembro de 2009

acontece em caxias do sul

01/11/09

 

Núcleo de Pedagogia Universitária promove oficina sobre neurociência.

A neurociência aplicada à educação é o tema da oficina que o Núcleo de Pedagogia Universitária realizará em novembro (dias 4, 11 e 18) com o professor Lucas Fürstenau de Oliveira.
A atividade destina-se aos docentes da Instituição e visa proporcionar uma visão geral das Neurociências e dos mecanismos neurais de aprendizagem e memória. Mais informações pelo ramal 2628 ou pelo e-mail npu@ucs.br

http://www.ucs.br/ucs/noticias/1256562789