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terça-feira, 22 de dezembro de 2009

DESEJAMOS A TODOS UM PRÓSPERO ANO NOVO DE 2010 , REPLETO DE REALIZAÇÕES PESSOAIS ESTENDIDO A TODA FAMÍLIA.
PELA CORAGEM COMBATIVA EM  DEFESA DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA
QUE CADA UM POSSA FAZER A SUA PARTE ONDE ESTIVER E , EM QUE SITUAÇÃO SE ENCONTRE


ESTEJAM EM PAZ


I.D.D.P.H.  - INSTITUTO DE DEFESA DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA
ANDRE
CEL 9606-7642

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Mal de Parkinson danifica cérebro antes de aparecimento de sintomas

14/12 - 17:39 - EFE



Durante um congresso realizado hoje na Universidade de Navarra (norte da Espanha), Cavada relatou que já houve a detecção da morte de até 50% dos neurônios e diminuição nos níveis do neurotransmissor dopamina, características do Mal de Parkinson, antes da aparição dos sintomas.

Segundo ela, os fatores envolvidos nesta doença neurodegenerativa são objeto de estudo de um grupo de trabalho formado por especialistas internacionais como Oleh Hornykiewicz, do Instituto de Neurociências de Viena, que descreveu o déficit de dopamina no Mal de Parkinson.

Atualmente, a doença é diagnosticada quando o cérebro já perdeu entre 60% e 70% de dopamina. Por isso, o grupo de especialistas iniciou um projeto multidisciplinar para estudar o cérebro do ponto de vista bioquímico e anatômico, informou a Universidade de Navarra em comunicado.

O trabalho é coordenado por José Ángel Obeso, diretor do Laboratório de Transtornos do Movimento do Centro de Pesquisa Médica Aplicada da Universidade de Navarra (CIMA, na sigla em espanhol), cuja equipe desenvolveu um modelo experimental para analisar a progressão da doença desde seu estágio inicial.

"Se conhecermos o que acontece no cérebro antes que os sintomas apareçam, poderemos atenuar e evitar que a doença progrida", explica Cavada.

Segundo Manuel Rodríguez Díaz, pesquisador da Universidade de La Laguna, o mal de Parkinson é causado por múltiplos fatores, mas não se sabe qual importância cada um tem.

"Embora seja um esforço, é preciso incentivar estes encontros multidisciplinares, já que todo o avanço no Mal de Parkinson repercutirá em outras patologias neurodegenerativas", afirma Rodríguez Díaz. EFE jr/bba
Pamplona (Espanha), 14 dez (EFE).- O cérebro de um paciente de Mal de Parkinson já apresenta danos antes do aparecimento dos sintomas da doença, segundo a presidente da Sociedade Espanhola de Neurociência, Carmen Cavada.
 
http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2009/12/14/mal+de+parkinson+danifica+cerebr

domingo, 29 de novembro de 2009

aprender a governar as emoções e melhorar as relações intra e interpessoais,

Dr.  Jorge Boucinhas - Médico e professor da UFRN

Terminou-se o Artigo anterior afirmando que nunca é tarde para aprender a governar as emoções e melhorar as relações intra e interpessoais, tendo sido citadas técnicas-chave ultimamente divulgadas por cientistas, quais EMDR (Dessensibilização e Reprocessamento pelo Movimento Ocular), EFT (Técnica de Liberação de Energia), HC (Coerência Cardíaca), como capazes de alcançar tal objetivo. Acrescente-se agora ter sido dito que, após milhões de anos de evolução, o equilíbrio entre os dois cérebros, no ser humano moderno, parece depender essencialmente de quatro elementos: um senso de conexão com o próprio corpo, com percepção dos estados emocionais íntimos; de se exercer um papel de valor na comunidade em que se está inserido; da intimidade maior com um grupo seleto e escolhido de outros seres humanos; de um sentido de conexão com algo mais transcendental, além da própria vida pessoal. Curioso é que estes quatro elementos, que mais parecem egressos de um sermão religioso ou de um livro de orientação psicológica, são fruto da mais atual pesquisa nos campos da Psicologia, da Biologia e de moderníssimos aportes da Neurociência. Há que o ser humano “funcione” nas distintas dimensões do auto-conhecimento corporal, da atuação social, da intimidade amorosa (em sentido amplo) e da ligação com “algo mais” para que sinta-se realmente integrado, em estado de bem-estar (que alguns diriam ser o estado de “felicidade”).

Das técnicas citadas, a EMDR e a EFT, embora possam posteriormente ser usadas pelo próprio interessado, exigem, inicialmente, ou o auxílio de um colaborador/facilitador ou uma aprendizagem bem orientada, pelo que apenas se as cita. Já a HC é um instrumento poderoso de auto-ajuda (sem o sentido pejorativo que, por vezes, alguns dão à expressão) e pode ser posta em prática após dela se ter conhecimento, pelo que se a explica aqui.

Poder-se-ia dizer que se trata de procedimento de indução de harmonização pessoal sem recorrer às técnicas clássicas de relaxamento, quiçá sendo um verdadeira “meditação do corpo”, muito eficaz. Trata-se, então, do que?

Suas bases derivaram das descobertas sobre a relação estreita entre estresse e risco cardiovascular. Sabe-se bem, hoje, que o stress é fator de risco de infarto do miocárdio quiçá maior que o próprio e famigerado tabagismo. Ademais, verificou-se que, em casos de enfermidades crônicas letais, a presença de depressão reativa, por insatisfação pessoal, pode ser um indicador mais acurado de risco de morte que a maioria dos exames clínicos. Há, assim, uma já bem conhecida relação entre desgaste emocional e doença cardíaca, portanto entre Cérebro Emocional e coração. O que é menos conhecido é a relação entre coração e sistema nervoso, no sentido que o correto funcionamento do primeiro acaba por influenciar positivamente o segundo. Só recentemente descobriu-se que coração e sistema digestivo têm sua própria rede neuronal, funcionando, se der para se dizer assim, como “mini-cérebros” relativamente autônomos. Afora isto o coração é, também, um discreto liberador hormonal, tendo seu pequeno estoque de adrenalina, que libera ao precisar funcionar “a todo vapor”. Também produz e libera um outro fator hormonal, dito FNA (Fator Natriurético Atrial), que ajuda no controle da pressão sanguínea, afora conservar um estoque de ocitocina (por alguns dita “Peptídio do Amor”). É de lembrar que todos eles têm ação sobre o cérebro e influenciam a fisiologia de todo o corpo.

A relação entre Cérebro Emocional e “Pequeno Cérebro Cardíaco” pode tornar-se numa das chaves para o indivíduo alcançar seu auto-domínio emocional. Se, antes, pensava-se tal ser possível apenas através do controle da respiração (e os Yogues usaram e abusaram desta já bem conhecida interação, controlando o ritmo respiratório para buscar o relaxamento) hoje já se o pode fazer através do órgão chave do Sistema Circulatório. Descobriu-se que ele faz mais que apenas responder à influência do Sistema Nervoso Central: através das fibras que dele vão de volta à base do crânio podem seguir impulsos que modulam a atividade cerebral.   Assim, afora liberar hormônios reguladores da pressão sanguínea e uma recém-descoberta atividade magnética (sobre a qual ainda se pouco pode falar, de vez que pouco estudada, mas que parece influenciar todo o corpo), o coração tem conexão direta com as bases cerebrais. Pode-se testemunhar a ação recíproca entre Cérebro Emocional e coração através da constante variação do ritmo de batimentos cardíacos, que oscila segundo o humor do indivíduo. A variabilidade é perfeitamente saudável, já os excessos (taquicardias) e um funcionamento excessivamente estável, tal qual uma batida de metrônomo, não o são.


http://tribunadonorte.com.br/noticia/inteligencia-razao-e-emocao-4/133156

sábado, 14 de novembro de 2009

domingo, 8 de novembro de 2009

ERIC KANDEL

sábado, 7 de novembro de 2009

ERIC KANDEL - É UM GENICO DA NEUROCIENCIA

Eric Kandel

O Nobel de Medicina fala sobre remédios milagrosos para a memória e explica como a neurociência vai mudar a educação
por Denis Russo Burgierman - SUPERINTERESSANTE

sábado, 7 de novembro de 2009

O inconsciente

SIGMUND FREUD (1856-1939)

O inconsciente ainda existe?

Psicanalistas perderam espaço para praticantes de outras terapias e Freud é alvo de críticos que consideram suas teorias ultrapassadas. Nos 70 anos de sua morte, o G Ideias debate a atualidade do fundador da psicanálise
Publicado em 07/11/2009 | Luciana Romagnolli e Pollianna Milan
Há 70 anos, em 23 de setembro de 1939, morria Sigmund Freud. O fundador da psicanálise não testemunhou a Segunda Guerra Mun­­dial e suas mortes em larga escala, não viu a emergência da cultura jovem, da revolução sexual, do consumismo, da globalização, nem os avanços científicos que culminaram nos antidepressivos. “O mundo mudou. O homem mu­­dou. A psicanálise teria que mudar para explicar o homem contemporâneo”, provoca o psicanalista Antonio Godino Cabas, citando o argumento que sustenta uma variedade de críticas recebidas por Freud hoje, com as quais não concorda.
Vivo, o gênio austríaco sofreu re­sistências para conseguir que suas ideias fossem aceitas. Teve uma vida marcada por lutas árduas contra diversas barreiras psicológicas e chegou a comentar em sua autobiografia de 1924 que, “durante mais de dez anos, não conseguiu ter adeptos”, lembra o psicólogo Sergio Sklar, professor da Universidade Estácio de Sá (RJ). Freud registrou ainda que, entre 1886 e 1891, abandonou quase por completo a investigação científica. No fim, resistiu a seus detratores.
“Remédios não substituem psicanálise”
“As ondas o abalam mas não o afundam.” A frase estampada no brasão da cidade de Paris serviu, já em 1914, de epígrafe ao ensaio “A História do Movimento Psi­­ca­­nalítico”, escrito por Sigmund Freud.


Uma obra para nosso tempo
Semana passada, me propuseram escrever sobre a im­­portância do legado freudia­no para nossos dias. Con­fes­­so que fiquei surpresa com o interesse da jornalista uma vez que tenho percebido, recorrentemente, uma certa descrença sobre a atualidade da psicanálise.


Nem Freud, nem Lacan: “o cara” é o Winnicott
A busca de uma psicanálise humanizada e descomplicada faz crescer, no momento, os grupos de estudos e a clínica prática em torno do pediatra e psicanalista britânico Donald Woods Winnicott (1896-1971).


Uma nova visão do homem
No Brasil, a psicanálise começou a ser estudada e trabalhada por volta dos anos 40 em São Paulo e, nos anos 50, no Rio de Janeiro.


Calado há sete décadas, é natural que o volume das críticas contra sua teoria só tenha aumentado, não apenas na medicina e na psicologia, mas em outras áreas que o seu pensamento alcançou, como a filosofia.
O médico austríaco que revolucionou o conhecimento do homem sobre si mesmo no início do século passado, descobrindo o inconsciente, teria então se tornado ultrapas­sado? Godino Cabas responde que não. Segundo ele, apenas as “re­­presentações sociais” do ho­­mem, ou o seu ideal sobre si mesmo, se alterou. Mas na sua “estrutura”, ou seja, em seu inconsciente, que é o que o determina como sujeito, o homem não mudou – defende o autor de O Sujeito na Psicanálise de Freud a Lacan.
Impopular
A psicanálise, por consequência, permanece atual. O que não desmente que os divãs perderam popularidade. “(Em 1900), Freud teve o privilégio de ser exclusivo em relação a esse modo muito singular de pensar o sujeito. Hoje, em termos de clínica, divide espaço com outras metodologias”, ressalta Rosa Ma­­riotto, psicanalista e professora da PUCPR.
Uma vertente que conquistou muito espaço nos consultórios foi a terapia cognitivo-comportamental. “Na minha condição de professora universitária, isso fica muito claro. Se, anos atrás, a psicanálise ocupava grande destaque no conteúdo programático de um curso de psicologia, hoje concorre com outras teorias”, diz Rosa.
Também na mídia, a visibilidade do pensamento psicanalítico diminuiu em comparação com as décadas de 70 e 80, por mais que chavões como “Freud explica” continuem no vocabulário popular. “O freudismo e a psicanálise deixaram de ser saberes midiáticos, aqueles que tomam a dianteira e são consultados a propósito de crises para explicar uma realidade que foge à compreensão cotidiana”, afirma Godino Cabas.
O afastamento do foco das atenções, contudo, é visto pelo psicanalista como algo positivo. “Todo o trabalho midiático do Eduardo Mascarenhas (que participava de programas televisivos como o TV Mulher, nos anos 80) e dos analistas que periodicamente apareciam na mídia é uma caricatura da psicanálise”, critica Cabas. A psicanálise não é, afinal, uma teoria que ambicione explicar condutas. Seu objetivo é levar o sujeito a reconhecer suas condutas e acolhê-las como “uma expressão de uma verdade interna desconhecida.”
Esse autoconhecimento exige tempo, enquanto a palavra de ordem contemporânea é a pressa. A busca pela satisfação imediata, que caracteriza o milênio, faz com que as pessoas deixem de refletir sobre si mesmas, e a falta de tempo para entender o “eu interior” diminui o interesse pela teoria freudiana.
“Nos Estados Unidos, Freud não tem tanta credibilidade por causa do modo de vida dos americanos, que precisam de soluções rápidas para as coisas. A teoria é esquecida facilmente nestes locais”, explica a psicanalista Sissi Vigil Castiel, diretora de ensino da Sigmund Freud Associação Psicanalítica, de Porto Alegre.
Ponto de partida
No Brasil e nos países latinos, como a França, Freud ainda é considerado pertinente. “Freud é central na minha prática”, afirma Cabas. “É um autor que conseguiu ver as doenças nervosas como poucos médicos as investigaram. Levou a paixão de investigador do laboratório científico para o consultório”, completa.
A atualidade da teoria freudiana não significa, contudo, que ela ainda seja seguida como no original. “Freud ainda é muito respeitado, mas ele tem que ser estudado como ponto de partida, como um pensador da sua época”, observa a psicanalista Edna Maria Romano Wallbach, presidente do Núcleo Psicanalítico de Curitiba.
Melanie Klein, Jacques Lacan, D.W. Winnicott e os demais seguidores dele não negaram seu pensamento, mas revisaram conceitos – uma prática que o próprio Freud mantinha enquanto vivo, à medida que fazia novas descobertas. “Freud foi um grande revisor de si mesmo. Essa constante transformação é fiel ao pensamento freudiano”, comenta Rosa.
Se a doutrina freudiana não dá conta sozinha de abarcar todas as variáveis da conduta humana, certamente foi a responsável por abrir caminho para a neurociência e outras descobertas futuras. “É claro que Freud não precisou pensar em questões que acontecem na sociedade de hoje, afinal, as famílias estão mudadas. Ele não tratava de psicóticos nem de crianças, por exemplo. Cuidava de histéricas”, observa Sissi.
Coube então a seus discípulos aprofundar os assuntos nos quais o psicanalista não se demorou mais.

domingo, 1 de novembro de 2009

acontece em caxias do sul

01/11/09

 

Núcleo de Pedagogia Universitária promove oficina sobre neurociência.

A neurociência aplicada à educação é o tema da oficina que o Núcleo de Pedagogia Universitária realizará em novembro (dias 4, 11 e 18) com o professor Lucas Fürstenau de Oliveira.
A atividade destina-se aos docentes da Instituição e visa proporcionar uma visão geral das Neurociências e dos mecanismos neurais de aprendizagem e memória. Mais informações pelo ramal 2628 ou pelo e-mail npu@ucs.br

http://www.ucs.br/ucs/noticias/1256562789

sábado, 17 de outubro de 2009

Albert Einstein




A mente de um gênio

17 de outubro de 2009


Albert Einstein foi o cientista mais popular de toda a história. Seu rosto é o único que a maioria das pessoas reconhece como o de um gênio - especialmente naquela foto na qual, irreverente e cabeludo, ele mostra a língua para o fotógrafo. Não é para menos. Einstein revolucionou o conhecimento do homem sobre a natureza. Complicado é explicar, cientificamente, de onde vinha todo esse talento.

MAIS INFORMAÇÕES

É compreensível que tantos cientistas se debrucem hoje sobre o cérebro do físico genial - retirado pelo médico-legista após sua morte, em 1955 - em busca da solução de um grande enigma: existiria no órgão alguma característica anatômica capaz de influenciar a inteligência de uma pessoa? A resposta a essa pergunta não diz respeito apenas a Einstein. Ela ajudaria também a entender como a inteligência em todos nós. O repórter Leandro Nardoch, de VEJA, foi aos Estados Unidos para conhecer de perto as principais pesquisas e conversar com os cientistas que trabalham com o cérebro de Einstein. No escritório de Elliot Krauss, patologista-chefe do Hospital de Princeton, em New Jersey, Nardoch teve a oportunidade de conhecer, por assim dizer, o próprio Einstein. Ou, pelo menos, a maior porção remanescente de seu corpo.

São 180 fragmentos de seu cérebro, embrulhados em pequenos pacotes de gaze e boiando em álcool dentro de dois potes de biscoito dos anos 50. Na sala apertada do patologista-chefe, localizada a poucos metros da portaria do hospital, o que resta de Einstein divide uma prateleira com microscópios, relatórios e pilhas de prontuários médicos. "Muita gente pede para vê-lo ou quer levá-lo para estudos ou exposição, mas eu raramente digo sim", explicou a VEJA. "Prometi cuidar bem desse cérebro e agora essa missão de guardião se tornou parte da minha vida".

A inteligência é a mais intrigante entre as capacidades do cérebro humano. A primeira dificuldade é entender o quê, exatamente, é a inteligência? A definição dada a VEJA por Shane Legg, da Unidade de Cálculo e Neurociência da Faculdade de Londres: "A definição técnica inclui a habilidade de tomar decisões, o poder de agir de maneira rápida e sensata em diversas circunstâncias, além de considerar que o indivíduo esteja apto a aprender, a se adaptar rapidamente, que tenha boa memória, capacidade de foco e pensamento rápido, lógico e soluções criativas para novos problemas".

O segundo desafio é onde, entre os bilhões de neurônios do cérebro, o cientista deve procurar sua origem e mecanismos. Para um olhar destreinado, o cérebro de Einstein seria uma decepção. Segundo o médico-legista, o órgão pesava 1 230 gramas, menos que a média masculina, que é de 1 400 gramas. O volume também estava 4 centímetros abaixo da média. Essa atrofia provavelmente era uma decorrência da idade (o cientista morreu com 76 anos), o que é perfeitamente normal. O número de sinapses e a velocidade de formação de novos neurônios diminuem a partir dos 35 anos. A quantidade de neurônios também se reduz. Um cérebro excepcionalmente bem dotado de conexões na juventude pode, com o passar do tempo, ficar mais próximo da média.

O que se descobriu de mais relevante sobre o cérebro de Einstein pode ser exemplificado em cinco grandes pesquisas, realizadas por instituições científicas de primeira linha nos últimos 25 anos. O estudo mais antigo é da anatomista Marian Diamond, da Universidade da Califórnia em Berkeley, publicado em 1984. Ela recebeu quatro lâminas microscópicas do córtex parietal dentro de um pote reutilizado de maionese e contou as células em cada sessão. Notou então que a concentração de células gliais em relação aos neurônios era maior no lobo parietal inferior esquerdo onze cérebros usados como comparação. O lobo parietal é uma área no topo do crânio, acima da nuca, responsável pela noção de espaço e pelo pensamento matemático. Uma interpretação possível é a de que os neurônios de Einstein usavam e necessitavam de maior energia. Daí se pode inferir sua inteligência superior. Infelizmente, como não havia nenhum gênio entre os onze outros cérebros, não foi possível estabelecer um padrão.

A pesquisa mais citada entre os cientistas é a da neurocientista Sandra Witelson e sua equipe na Universidade McMaster, em Ontário, que também localizou peculiaridades anatômicas no lobo parietal, em 1999. Com mais de 80 anos, Harvey foi sozinho de carro ao Canadá entregar a amostra e terminou por assinar a pesquisa como co-autor. Comparado com os cérebros de 35 outros homens, o de Einstein era 15% maior e mais largo exatamente na parte responsável pelo processamento do pensamento matemático e pela concepção espacial. Além disso, não tinha os sulcos que separam as duas porções dessa região, o que, em teoria, facilitaria a comunicação entre os neurônios ali situados. O resultado seria uma forma de pensar mais eficiente e inovadora, na opinião da pesquisadora. "A extrema habilidade do raciocínio visual e matemático de Einstein pode ser explicada por essa anatomia incomum", disse Witelson a VEJA.

Outros dois estudos percorrem caminhos similares, mas em outras áreas do cérebro. A neurologista Dahlia Zaidel, da Universidade da Califórnia, observou que os neurônios do lado esquerdo do hipocampo, área relacionada à memória, eram mais longos que os do lado direito. Isso sugere uma associação mais fácil do hipocampo com o córtex frontal, o que tornaria Einstein mais capaz de relacionar memórias com raciocínios. O neurologista Britt Anderson, da Universidade do Alabama, percebeu que o córtex de Einstein era mais fino e mais denso que o de outros cinco cérebros analisados. A suposição óbvia é a de que a maior densidade esteja relacionada à genialidade.

A pesquisa mais recente, finalizada há apenas quatro meses pela antropóloga Dean Falk, da Universidade Estadual da Florida, também identificou padrões incomuns de sulcos e fissuras no córtex cerebral. Sua conclusão é surpreendente. Ela sugere que o cérebro de Einstein não era mais eficiente que o de qualquer outra pessoa, mas funcionava de modo diferente. Em seus estudos, Falk constatou uma formação incomum. A fissura lateral do córtex, um sulco que segue o mesmo caminho da haste dos óculos e é associado à linguagem, normalmente termina com uma pequena curva para cima.
O de Einstein convergia para o sulco pós-central, dividindo o cérebro pela metade. "Ainda que grande parte do córtex dele seja comum, o formato da fissura lateral é raríssimo, presente em uma em cada 500 pessoas", explicou a antropóloga a VEJA. Ela sustenta que a configuração rara pode ter causado dificuldades com a linguagem. Essa fraqueza teria sido o incentivo que o levou a desenvolver com maior força o pensamento tridimensional, crucial para a criação da teoria da relatividade.

A maioria dos especialistas acredita que três fatores estão associados a uma inteligência superior. A primeira é uma arborização mais volumosa e rica dos dendritos. Esses prolongamentos do neurônio recebem os sinais elétricos das terminações dos neurônios vizinhos, estabelecendo a comunicação entre eles e transmitindo informações. Ou seja: quanto mais dendritos, mais fácil e veloz seria a comunicação entre os neurônios. O segundo fator é uma maior conectividade entre os neurônios, ou seja, um maior número de sinapses. O terceiro é uma inter-relação mais eficiente de várias áreas do cérebro para realizar uma determinada função. É possível que o cérebro de Albert Einstein operasse de maneira mais eficaz, ou seja, que ele usasse várias partes do cérebro ao mesmo tempo para desempenhar uma função ou fizesse mais conexões sinápticas do que a maioria das pessoas.
O difícil é saber o que teria feito Einstein desenvolver essas habilidades. "Provavelmente, foi uma conjunção de fatores ambientais e genéticos. Ele tinha o potencial mental e estava exposto ao melhor ambiente possível para desenvolvê-lo", diz o neurologista Mauro Muszkat, de São Paulo. As últimas décadas do século XIX foram de grande efervescência intelectual. A velocidade das descobertas eram um incentivo para que um jovem talentoso abraçasse o caminho da ciência. É impossível não perguntar o que poderíamos ter aprendido se o cérebro de Einstein tivesse sido preservado com recursos modernos.

Por outro lado, como seria se ele vivesse nos dias de hoje? A resposta não é muita animadora. As técnicas de ressonância magnética e tomografia computadorizada, que hoje registram o funcionamento do cérebro, não podem dar uma resposta satisfatória sobre o mistério da inteligência humana. Ainda que se possa traçar uma relação entre determinada função e uma área cerebral, a precisão dessas técnicas é a mesma de dizer que a cidade de Niterói está no planeta Terra. "Talvez a resposta esteja em estrutura tão delicadas e diminutas que tentar analisá-las com os exames atuais seja o mesmo que estudar um célula com uma lupa", diz o neurocientista Ivan Izquierdo, diretor do centro de memória da PUC do Rio Grande do Sul. Nem por isso se deve imaginar que o estudo do cérebro de Einstein esteja encerrado. Sobre isso, a antropóloga Dean Falk diz: "À medida que a neurociência avança, o mistério da genialidade de Einstein se torna mais e mais atraente para quem pesquisa a inteligência".
http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia-tecnologia/mente-

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

área do cérebro ligada à leitura

Pesquisadores identificam área do cérebro ligada à leitura

O estudo, publicado nesta quarta-feira (14) na revista científica "Nature", reuniu 42 voluntários de ambos os sexos
  14/10/09 às 20:40  |  Agência Estado
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Ex-guerrilheiros colombianos participaram de uma pesquisa para identificar as regiões do cérebro relacionadas à alfabetização. O estudo, publicado nesta quarta-feira (14) na revista científica "Nature", reuniu 42 voluntários de ambos os sexos. A maioria era de combatentes que abandonaram a luta armada e chegaram à idade adulta sem saber ler e escrever. Donas de casa, oriundas de um contexto socioeconômico semelhante, completaram o grupo estudado.

Pesquisadores espanhóis, colombianos e ingleses dividiram os voluntários em dois grupos: aqueles que aprenderam a ler depois de adultos - 20 indivíduos com idade média de 31 anos - e aqueles que nunca participaram de nenhum projeto de alfabetização - 22 pessoas com idade média de 33 anos.

O estudo optou por analisar adultos, pois, na infância, o aprendizado da leitura concorre com a aquisição de outras aptidões. Torna-se quase impossível isolar as mudanças no sistema nervoso central decorrentes da alfabetização daquelas observadas quando alguém aprende a jogar futebol ou assimila uma nova regra social.

"Trabalhar com ex-guerrilheiros colombianos foi uma oportunidade única para descobrir como o cérebro muda ao adquirir a aptidão da leitura", afirmou, em um comunicado, a pesquisadora Cathy Price, da University College London, coautora do estudo, financiado pela farmacêutica Wellcome Trust e pelo Ministério da Educação e Ciência da Espanha.

Um equipamento de ressonância magnética registrou imagens dos cérebros dos voluntários e os cientistas identificaram as diferenças presentes nos dois grupos. Descobriram que os adultos alfabetizados experimentavam um aumento na densidade da substância cinzenta - responsável pelo processamento das informações - em várias áreas do lado esquerdo do cérebro, onde ocorre o reconhecimento das letras e sua tradução em sons e significados. Também foi observado um fortalecimento das conexões na substância branca - responsável pela transmissão dos impulsos - entre as diferentes zonas de processamento.

"É uma ótima notícia", comenta o neurocientista Sidarta Ribeiro, do Instituto Internacional de Neurociência de Natal (IINN). Ele aponta que o estudo questiona a crença de que deficiências na aprendizagem poderiam ser explicadas pela atrofia de alguma região do cérebro. O trabalho inverte a relação: a atrofia seria causada pela falta de instrução. "O artigo comprova que a alfabetização pode reverter esse processo mesmo em cérebros adultos", afirma Ribeiro.

DISLEXIA - A pesquisa vai contribuir para entender melhor doenças como a dislexia. Estudos mostraram que disléxicos possuem menos substância cinzenta e branca nas regiões que se desenvolvem com a alfabetização. O novo trabalho sugere que tais diferenças podem ser mais uma consequência da dislexia do que sua causa.

Outro resultado interessante questiona um consenso construído sobre uma área do cérebro chamada giro angular. Há 150 anos cientistas sabem que essa região é importante para a leitura. "A visão tradicional apresentava o giro angular como um dicionário que traduzia as letras da palavra em um significado", explica Cathy. "Mostramos que seu papel é tentar antecipar o que vamos ler - de um modo semelhante à função que tenta prever o resto da palavra quando escrevemos algo no celular."

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

A ciência comprova

A ciência comprova
“A neurociência conseguiu chegar a conclusões concretas sobre o efeito do pensamento positivo graças a aparelhos que monitoram o cérebro, identificando as áreas ativadas por cada emoção ou situação. É um avanço muito grande para a compreensão do psiquismo”, explica Gildo Angelotti, psicólogo, pós-graduado em medicina comportamental e diretor clínico do Instituto de Neurociência e Comportamento de São Paulo.

• Em setembro de 2005, cientistas da Wake Forest University, nos Estados Unidos, perceberam, por monitoramento da atividade cerebral, que pacientes submetidos a um determinado exame com a expectativa de não sentir dor relatavam intensidade de dor 28% menor do que aqueles que achavam que o exame seria dolorido.

• Em 2003, estudiosos do laboratório de neurociência e afetividade da Universidade de Winconsin, também nos Estados Unidos, vacinaram dois grupos de pessoas contra a gripe. No momento da aplicação, um dos grupos deveria pensar em fatos agradáveis da vida e outro, em coisas tristes e ruins. A constatação foi de que a atividade das regiões do cérebro associadas com emoções negativas acabou enfraquecendo a resposta imunológica das pessoas vacinadas.


http://veraotrendytwins

domingo, 11 de outubro de 2009

por Anselmo Borges

por Anselmo Borges

Com a biotecnolgia o novo continente científico é o cérebro, e a pergunta é se, com os avanços neste domínio, o enigma do homem será finalmente superado ou se, pelo contrário, ele permanecerá. Grandes debates se travam entre as neurociências e a filosofia, precisamente por causa de temas candentes e incendiários, como a subjectividade, a autodeterminação, a vontade livre.
Sobre estas questões, o conhecido filósofo e professor da Universidade de Tubinga Manfred Frank acaba de dar uma longa entrevista ao alemão DIE ZEIT. O que aí fica reflecte esse debate.
A questão da subjectividade pertence ao núcleo da reflexão humana. Embora algumas correntes filosóficas falem da sua dissolução, penso que o sujeito é ineliminável. Argumento, mostrando que a condição de possibilidade de objectivar - no caso do homem, de objectivar-se - é o sujeito, de tal modo que, por mais que objective de si mesmo, o homem nunca se objectivará completamente, já que continuará a ser o sujeito que (se) objectiva.
M. Frank também afirma que nunca será possível reduzir a consciência e o espírito a processos neuronais, e isso "por razões de princípio". Há uma questão de princípio: como explicam as neurociências a passagem de processos físicos inconscientes a processos mentais conscientes? "Não é possível substituir o saber sobre nós mesmos por um saber objectivo sobre o mundo." A subjectividade cai fora do mundo, não pertence ao mundo dos objectos.
O "eu" do autoconhecimento não é redutível àquilo a que nos referimos com nomes ou caracterizações. "A autoconsciência é um conhecimento único, reflexivo, no qual uma pessoa se refere conscientemente a si mesma, mas a si mesma em posição objectiva. Como poderia ela, porém, captar este eu-objecto como ela mesma enquanto sujeito, se, antes desta apresentação objectiva, não tivesse tido uma consciência inobjectiva de si?" Esta consciência inobjectiva quer dizer vivida, pré-reflexiva.
Permanece uma questão: "Quando identifico espírito com matéria, não identifico matéria com matéria." Trata-se como que dos dois lados de uma moeda, mas as condições de verdade do neuronal não se identificam com as do espírito: as primeiras encontram-se num tratado de fisiologia enquanto as dos estados mentais são verificadas introspectivamente, como viu Descartes. Isso é experienciado também ao nível do vocabulário, que é diferente para descrever o psíquico e o estado físico correspondente: não teria sentido exprimir a inclinação amorosa por alguém, descrevendo os processos electromagnéticos no cérebro.
A tese de neurocientistas que afirmam não haver, por detrás do alegado livre arbítrio, senão processos neuronais, que determinam a vontade, contradiz não só a compreensão jurídica de responsabilidade mas também a nossa própria autocompreensão: queremos ser autores racionais de mudanças no mundo - tentamos "tomar decisões racionais".
Para lá dos sistemas jurídico-penais, que pressupõem a liberdade, um exemplo. Suponhamos que alguém tropeça, sem querer, e, ao cair sobre outra pessoa, esta é apanhada por um carro e morre. Distinguimos muito bem esta situação daquela em que alguém empurra intencionalmente outra pessoa. E há esta virtude admirável: resistir moralmente à maioria. Os opositores ao Terceiro Reich "merecem o nosso sumo respeito", precisamente porque foram poucos e capazes de enfrentar a morte. Aí, "os neurocientistas têm muito para justificar no sentido de dar conta do correcto normativamente dessas decisões a partir de processos neuronais".
Tudo o que é essencial, quando pensamos na humanidade, "vinculamo-lo ao pensamento da subjectividade e não à nossa representação do cérebro. São sempre pessoas, sujeitos, que consideramos como criadores de literatura, cultura ou religião". Afinal, "temos cérebros e somos eus". Daí poder formular-se o imperativo categórico de Kant nestes termos: "Nunca trates os seres humanos como coisas, mas sempre como sujeitos e pessoas." Se o mundo consistisse só em objectos, não haveria ninguém a quem dirigir o preceito: "Porta-te decentemente com os outros sujeitos."